segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A parte obscura de nós mesmos!


Sujo, imoral, pornografico, mal. Adjetivos como esses são comumentes dados à perversão e aos perversos. Ao mesmo tempo repugnante e objeto de pesquisas, a perversão mexe com o imaginário da sociedade. Mas pouco se sabe sobre suas origens e quem realmente são os perversos. Determinada a querer dar uma resposta a esta questão, a historiadora e psicanalista Elizabeth Roudinesco, publicou o livro A parte obscura de nós mesmo Uma história dos perversos, lançado no Brasil pela editora Jorge Zahar.


Por meio de persoagens mundialmente conhecidos em nossa história, a pesquisadora faz um traço sobre a perversão e os perversos ao longo dos tempos. Na época medieval, Roudinesco aborda a história de Gilles de Rais(O Barba Azul), os santos místicos e os flagelantes. No século XVIII, o icone é o Marquês de Sade, com uma análise sobre sua obra e vida. Também neste século, a psicanalista aborda o nascimento da medicina mental e suas descrições sobre a perversão sexual. Já no século XX, os campos de concentração na alemanha de Hitler, são palcos para detalhar a perversão nazista.


Curiosidades e perversão

Durante o livro, Roudinesco ilustra a passagem da perversão pelos séculos, com histórias de personagens perversos. Gilles de Rais, conhecido como O Barba azul, tinha uma fascinação por mutilar e submeter seus inimigos a uma agonizante seção de mutilação. A autora revela que o pirata seduzia crianças - de preferencia meninos -, rachava seus crânios, e, entrando em um louco transe, invocava o demonio ou se tranformava em dejeto banhando em sangue, sujeira ou restos de comida.


O Marquês de Sade, um dos mais famosos e caricatos personagens da história da perversão, expõe em seus contos uma busca e desfrute desenfreado de atos sexuais exarcebados e libidinosos, construindo-os em um discurso explendor, que ia contra a moral da época. Por sua fama, O marques cunha o termo sádico - aquele que sente prazer em fazer outra pessoa sofrer - no discurso psiquiátrico.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Admiravel Orwell Novo!!


Não sei se vocês se lembram qual era a profissão de Winston Smith, personagem principal de 1984. Ele era funcionário do Ministério da Verdade, que, ironicamente, tinha a função de falsificar registros e deletar rastros sobre pessoas e acontecimentos que ião contra o Partido e o Grande Irmão (Big Brother).


Quando George Orwell escreveu este livro, ao certo não sabia suas consequencias. O Big Brother, aparelho panótipo de vigilância moral e social, ganhou status como programa de entrenimento mundial, com o mesmo nome.


Porém, a maior lição que consigo enxergar deste visionário mestre, é a aparição da Novilingua. A primeira lingua responsável por reduzir seus próprios termos. Exemplo: ao invés de designar dois termos para dizer coisas opostas, usaria-se apenas um, com a diferenciação de um prefixo. Então, "ruim" seria inbom e "bom" continuaria a mesma coisa. Faria-se uma economia de termos, facilitando os padrões e a forma de vida.


É sobre isso que vim parabenizar Orwell. Por essa profecia maravilhosa. Nos tempos de hoje, inconscientemente, somos levados cada vez mais para perto da Novilinga. Para facilitarmos nossas vidas, para criarmos padrões que assegurem nossa comodidade e a alta produtividade da sociedade. Bem, os benefícios são muitos! Simplificamos nossos textos, nossas conversas, inutilizamos palavras, reduzimos termos. Quer exemplo mais significativo do que a linguagem virtual que se utiliza de "vc" no lugar de você.


Um texto composto de termos muito difíceis não é mais aceito hoje em dia. Aliás, um texto composto, não é mais aceito. Acho que o termo composto será o próximo da lista negra. De agora em diante, será simples e insimples. O que acham?


Os jornais são cada vez menores, tanto em tamanho de texto quanto em profundidade do tema. A tecnologia é menor. Lutamos e trabalhamos arduamente para desenvolvermos coisas menores e nanotecnologicamente compatíveis todos os dias. Enfim, somos tragados para o grande buraco da Novilingua diariamente, e com o benfício de não precisarmos nos preocupar com isso!


Bem, após todo esse falatório - que tentei obedecer às regras de redação da Novilingua -, vou sentar em meu sofá, buscar algo de interessante no jornal e esperar pela chegada do Grande Irmão!


sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Simples

Simples?

Ensaboe,
Lave,

Enxugue,

Simples!

Certo e errado

O certo é errado quando o errado se torna certo

sábado, 20 de dezembro de 2008

A dúvida da imagem do espelho


Quando queres saber como se parece, a quem pergunta?
Quando acorda de manhã cedo, a quem recorre primeiro?
Quando está nua, a quem tenta seduzir?
Quando está feliz consigo mesma, quem tu beijas?
Quando queres, quem se parece contigo?
Quando não, quem é a pessoa mais feia do mundo?
Quando está com raiva, quem é seu alvo?
Quando está deprê, quem você não consegue encarar?
Quando precisa, quem é seu confidente?

E eu? Quem será meu...?

Adeus, operária!


"Ande logo, sua operária lerda!", disse a formiga da frente para a de trás. Dezenas de formigas saíram de seu formigueiro para buscar comida. A justificativa? O inverno está chegando e é preciso que se conserve e guarde alimentos, alegam alguns. Outros, simplesmente, falam que é bom se precaver para o futuro, mas, na realidade, o motivo desta desenfreada corrida não é importante. Não se pode perder tempo em pensamentos e justificativas, temos que ir em frente!


A lerda formiga levantou-se e juntou-se à sincronizada fila que se formava adiante. Os passos eram padronizados e secos, um e dois. Não havia obstáculos que parassem aquelas operárias determinadas e destemidas.


Porém, um imprevisto aconteceu. Um som de pancada forte fez com que as suntuosas filas se espalhassem em formas amorfas. Uma nuvem de poeira subiu e as formigas saíram correndo, cada uma para seu canto sem olhar para o que acontecia ao lado. Neste momento, não havia motivo, objetivo ou justificativa - cada um por sí, como vovó ensinou.


Quando a poeira baixou, o grupo pôde constatar o que houve. Uma grande pedra caíra de algum lugar e esmagara algumas formigas que, por serem lerdas, deveriam estar para trás. "Pobres, operárias!", pensaram algumas; outras, apenas olharam e balbuciaram secamente algumas palavras sem sentido.


Passado o minuto de silêncio - frizo, um minuto apenas - em homenagem às operárias mortas, o resto das operárias continuou sua marcha para se buscar alguma coisa que não havia justificativa. E nem podia, "não temos tempo!"


Adeus, operária!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Imagens Distorcidas


Ah, se pudesse acreditar no que vejo. Quando a vejo, meu olhos voam por campos belos e floridos. És tu, ó majestosa princesa da Terra do Nunca, que passeia livremente por entre os rochedos dessa calma praia. És tu, a mais bela das jovens já vistas na Terra. A mais sábia das conselheiras já encarnadas em uma tribo. Para ti, somente para ti, tenho a coragem de enunciar essas palavras ao trovão. Não tenho mais medo do dragão que aflora em minha mente diariamente. Pois tua estadia nessa terra, o fez se sentir diminuto. Não serei mais um naufrago em meu suspiro,Pois você, sim, você, traduz todas as direções num único e penetrante olhar. Você, somente você, me dá forças de apagar todas as palavras de meu caderno, e começar tudo novamente....

Outro trecho da carta do soldado desertor


...Nos montes verdes que me encontro não consigo mais resistir ao sentimento que me assola ao lembrar de ti. Não quero mais lutar por algo que não faz sentido parar mim. Neste momento, escrevo seu nome na terra para que a lucidez de minha mente não o leve embora. Neste momento o talho com pétalas de um lindo girassol, para que o contorno não me deixe esquecer a beleza que é o seu olhar. Não mandarei mais mensagens às estrelas. De agora em diante, ao anoitecer, quando sentir uma brisa fresca tocar-lhe a face, lembre-se que é um beijo meu zelando por seu sono...

Ps: mando notícias em breve

Monalisa New Wave


Quantas horas mais terei de olhar para sua imagem?
Linda, Monalisa, não sei se eu poderia tracejar seus contornos.
Não sei nem se seria correto aprisiona-la em alguma tela.
Seu destino é aqui, tornando aquele quadro famoso um desejo real.
Um sorriso tocável, que não será tocado.
Ah, se aquele pintor te visse?
Com certeza, teria muita inveja de ti. Ou, daquele que te criou.
Daquele que conseguiu dar vida a seu sorriso.
Coisa que por anos ficou restrita a uma tela.

Trecho da carta do soldado desertor



"Linda, voes livre para as distantes brumas. Quando chegar lá, me mande sinais pelas estrelas da noite. Seguirei todos os dias o cruzeiro incandescente que me guiará até você. Ache a terra encantada onde a guerra não chegou, nem mesmo nas histórias das crianças. Plante, nessa terra, a semente que te dei ao sair para o norte. Dessa semente irá nascer uma linda flor, que as pétalas ao vento levaram um arco íris de esperança àqueles que não sabem enxergar as belezas que estão ao nosso lado. Corra, linda, corra até ultrapassar o mais alto dos picos. Lá irá ver a resposta que depositei nas estrelas. A resposta que se chama: amor"

Abrigo para mim


Deslizar as mãos por entre seus cabelos é como tocar o fogo e não ser queimar. Porém, o fato de não se queimar não quer dizer que não sinta o calor. Desse calor, é que o mundo se faz para mim, é nele que me deposito dia pós dia. Tocar sua pele é o mesmo que tocar uma estátua de areia, que apesar de ser frágil, delicada e doce, sobrevive pelos anos, intacta, forte, soberana. Sua arquitetura facial me faz lembrar das obras de escultores famosos como: Michelangelo, Da Vinci, Monet entre outros, que entristeceram ao tocar tamanha beleza e ver que esta não poderia lhes falar, a única diferença, é que minha felicidade é completa pelo fato de que, no meu caso, você fala. Beijar sua boca é uma sensação tão bela e tão acolhedora, que me sinto, neste instante mágico, entrando em um abrigo de guerra. E nesse abrigo, caloroso, confortável é que guardo pra ti, meu coração! Bela!

Quando sair do abrigo, não se esqueça de pagar a luz!

Sinos


Após uma longa noite de sono profundo, ele acordou pela manhã gélida daquela cidadezinha de interior. Seu nome não importava mais, era o que ele pensava agora. Na verdade, nunca importou antes também. Após se olhar no espelho por alguns segundos e notar mais uma suntuosa montanha de pus se formando em sua testa, se deu conta do que havia acontecido realmente na noite passada. Sua barba estava mal feita, mas mesmo exercendo o cargo de confiança e respeito que ele tinha não se importava com isso.

O vermelho quase púrpura de seus olhos o entregava a um carrasco mental, cuja sentença já sabia muito antes de pensar em cometer qualquer crime. Ele agora se debruçava sobre a pia, a água fria escorria pela torneira, inundando cada vez mais a pia. Mas o que isso importava também? Voltando para o quarto deu de cara com o velho relógio na parede. Era relíquia de família, pertencendo a mais gerações antes dele do que se imaginara.

O relógio marcava exatamente seis horas da manhã. Seus olhos, agora se descolorindo do vermelho vibrante de poucos minutos atrás, se fecharam frontalmente àquela peça de museu, e analisaram vagarosamente o caminhar dos ponteiros. “Meu Deus! O que esta acontecendo em minha mente?!”, martelava em sua cabeça agora.

Ele não era velho, mas já aparentava as pequenas rugas de experiência no rosto. Ao longo de sua pequena vida, pode extrair muitos conhecimentos por onde passou, o que o deixou, ao longo dos anos, com a aparência de mais velho. Mas isso também não importava. Aliás, nada mais importava. Era outro pensamento que martelava suas têmporas.

Agora já eram seis e meia da manhã. O rangido dos velhos ponteiros sujos e empoeirados já não o incomodavam mais. Aquele zumbido matinal que era freqüente em seu ouvido, agora estava diminuindo. “Acabou!”, aliviado, ele se deslocou para a cozinha. Ao abrir sua geladeira, reparou que, mais uma vez, seu banquete matinal seria o de um plebeu e não de um rei. Mas ele também não se importava com isso. Estava muito preocupado para notar que o leite que tomara estava vencido fazia anos. Na despensa, não conseguiu recuperar mais do que dois biscoitos para acompanhar seu desjejum.
Agora ele estava vestido com seu traje formal de trabalho. Usando uma gravata vermelha e um terno preto, se dirigiu até sua sala de escritório. Durante o caminho, percebeu algo estranho. As pessoas e a paisagem pareciam sem cor. Tudo parecia preto e branco, como se estivesse em uma tira de quadrinhos iguais aos que lia quando criança.

A princípio se assustou com o fato, porém, o que importava isso também. A vida é muito sem graça mesmo, esse fato só realça aquilo que vejo e sinto todos os dias. Nada mais importa apenas o que havia acontecido na noite anterior. E mesmo assim, isso apenas importava porque foi....De repente, uma forte dor inundou sua cabeça. Um tilintar de sinos então começou uma sinfonia uníssona em sua mente. Daí, ele se deu conta. “Se era tão importante assim o que havia acontecido por que então na se recordava mais?!”

O prisioneiro da ponte sem fim






“Já faz tanto tempo que estou andando por essa ponte, que nem sei mais a quanto de distância me afastei do início. Não vejo também o fim. Será que falta muito para eu conseguir chegar até lá? Bem, não tem jeito, preciso continuar em frente.

Estranho, estou há horas, talvez dias, seguindo em frente e parece que estou andando em círculos. Mas, não há como isso ser real. Isso é uma ponte. Não tem como caminhar em círculos aqui. Mas, é como se eu já tivesse visto essa mesma paisagem antes. Essas montanhas vultosas, cobertas por uma fina camada de neblina bem lá no fundo. Esse vale que, a cada hora mais, só me dá mais vontade de chegar ao fim. Essas nuvens que não deslizam por esse céu. Parece que estou no meio de um filme de Hitchcock. Pássaros?!?! Talvez. Não me lembro de muitas coisas. É esquisito ver essa vista tão cinzenta. E essa ponte, que nem ao mesmo faz algum movimento de balanço, nem sequer range quando piso nessas velhas tábuas. Estou com frio, mas não sinto essa sensação. É tudo tão cinzento, tão irreal, que acho que estou enlouquecendo. Preciso revê-la mais uma vez. Preciso saber o que houve.

Não lembro muito bem do rosto dela, mas aquele sorriso fantástico não sai da minha cabeça. Não sei precisar muito bem quando comecei essa jornada, e para ser sincero nem sei o que busco aqui, mas me lembro a última vez que a vi. Minha cabeça dói quando começo a tentar a aproximar mais a aquela cena em minha mente. Recordo-me do sorriso dela, de um presente – um anel – e um abraço quente por fim. Não consigo me lembrar mais, porém, essa imagem já me basta. Meu deus, como vim parar aqui? Por que estou caminhando nessa ponte que não parece ter fim? Meu deus... Mas não vou desistir, chegarei ao final, e lá a encontrarei...”

Em algum outro mundo, ao lado de um corpo inconsciente em uma cama de hospital, um aparelho fazia bip bip bip...

...?



Mais uma porta se fecha, mais um baque é ouvido.
No muro em frente à casa se observa o vulto dela.
Pequena e serena, ela esta sempre a espera.
A espera dele, que nunca veio.
Deste, não sabemos muito. Rumores se ouviram, claro!
Como qualquer outra coisa misteriosa que se descobre no meio da cidade.
Quando ela soube que ele estava chegando, penteou logo suas madeixas escuras,
Que, com o tempo, se transformaram em claras, um misto de cinza com branco.
Aqueles lindos olhos verdes, agora contracenam em um palco de rugas e olheiras.
Tudo isso por causa de um simples cartão:“Aguarde-me!”

Estátuas de Areia




Nem mesmo uma tempestade pode desabar as muralhas de nosso sentimento. Quanto ao vento, esse é tão testemunha disso que nos deixa em pé ano pós ano. O mar, tão poderoso e onipotente, nos teme, e não se aproxima de nosso território. Ah! Quantas vezes eu sonhei em dizer-te estas palavras em seu ouvido. Mas ai me veio à cabeça que, talvez, não nos fosse permitido isso. Palavras são mais fortes que todos os elementos juntos. Pra que tocá-la? Se puder amá-la à distância, e assim eternizar seu contorno como a mais linda das estátuas de areia.

Amor

Amor.
Amor?
Amor!
A, mor.
A?mor
A!mor.
A...mor.
Amor...
A!mor....

A porta




Abra a porta e deixe que elas entrem!