Sujo, imoral, pornografico, mal. Adjetivos como esses são comumentes dados à perversão e aos perversos. Ao mesmo tempo repugnante e objeto de pesquisas, a perversão mexe com o imaginário da sociedade. Mas pouco se sabe sobre suas origens e quem realmente são os perversos. Determinada a querer dar uma resposta a esta questão, a historiadora e psicanalista Elizabeth Roudinesco, publicou o livro A parte obscura de nós mesmo Uma história dos perversos, lançado no Brasil pela editora Jorge Zahar.
Por meio de persoagens mundialmente conhecidos em nossa história, a pesquisadora faz um traço sobre a perversão e os perversos ao longo dos tempos. Na época medieval, Roudinesco aborda a história de Gilles de Rais(O Barba Azul), os santos místicos e os flagelantes. No século XVIII, o icone é o Marquês de Sade, com uma análise sobre sua obra e vida. Também neste século, a psicanalista aborda o nascimento da medicina mental e suas descrições sobre a perversão sexual. Já no século XX, os campos de concentração na alemanha de Hitler, são palcos para detalhar a perversão nazista.
Curiosidades e perversão
Durante o livro, Roudinesco ilustra a passagem da perversão pelos séculos, com histórias de personagens perversos. Gilles de Rais, conhecido como O Barba azul, tinha uma fascinação por mutilar e submeter seus inimigos a uma agonizante seção de mutilação. A autora revela que o pirata seduzia crianças - de preferencia meninos -, rachava seus crânios, e, entrando em um louco transe, invocava o demonio ou se tranformava em dejeto banhando em sangue, sujeira ou restos de comida.
O Marquês de Sade, um dos mais famosos e caricatos personagens da história da perversão, expõe em seus contos uma busca e desfrute desenfreado de atos sexuais exarcebados e libidinosos, construindo-os em um discurso explendor, que ia contra a moral da época. Por sua fama, O marques cunha o termo sádico - aquele que sente prazer em fazer outra pessoa sofrer - no discurso psiquiátrico.